domingo, 14 de março de 2010

Teogonia



Quando Henrico Pontes tinha 28 anos, descobriu a religião. Ela tinha olhos amendoados, os dedos longos, um céu de estrelas no rosto – meio pomo em cada um dos lábios.

Uma fuga sublime.

Pelo menos, assim lhe pareceu.

Ergueu tantos templos e, estranho, eram todos à Deusa profana que acabara de criar.

Tinha lá os seus demônios, mas, como na praga de Sartre, eles eram os outros.

Entre ele e sua divindade, só entendimento.

Nenhum comentário:

Postar um comentário